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a vida de movimento

Notícias do Metro do Porto

«Tram-train» já em testes na Linha Vermelha

08 Setembro 2009

«Tram-train» já em testes na Linha Vermelha

Circulação com clientes prevista para Outubro
Os novos veículos «tram-train» do Metro do Porto estão em ensaios na Linha Vermelha (B), com vista à entrada em operação comercial que, em principio, sucederá em Outubro.

Os «tram-train» vão, numa primeira fase, operar na Linha Vermelha (B) e, posteriormente, também na Linha Verde (C). Com a entrada em operação dos novos veículos, o Metro do Porto pode disponibilizar uma maior capacidade e uma melhor oferta nas várias linhas – são 23 mil lugares adicionais, diariamente -, em função do crescimento da procura. As novas composições, mais rápidas e potentes, representam um investimento de 113,5 milhões de euros e elevam os níveis de comodidade e fiabilidade a que a rede de metropolitano tem habituado os seus clientes.

A nova frota de material circulante, fornecida pelo consórcio constituído pela Bombardier e pela Vossloh-Kiepe, é composta por 30 veículos de metro ligeiro do tipo Flexity Swift.

O «tram-train» Flexity tem uma velocidade máxima de 100 km/hora, 1360 cavalos de potência, maior capacidade de aceleração e maior poder de travagem. Estes veículos têm 37,1 metros de comprimento (são ligeiramente mais compridos do que os Eurotram, actualmente em operação na rede do Metro do Porto), proporcionando 100 lugares sentados (mais 20 do que cada composição Eurotram), num total de 248 por composição (mais 32 do que cada Eurotram). O Flexity dispõe de ar condicionado e áreas próprias para pessoas de mobilidade reduzida e para o transporte de bicicletas. O veículo tem quatro portas de cada lado.

O Flexity é uma evolução de uma série de veículos já em circulação em algumas cidades europeias, nomeadamente em Colónia, na Alemanha, e Croydon (Londres), em Inglaterra. Basicamente, o veículo é composto por três módulos assentes sobre quatro bogies motorizados. Este modelo da Bombardier é bidireccional, com uma cabina em cada uma das extremidades. Tal como os Eurotram, estes veículos podem ser acoplados e circular em composições de duas unidades.

Os módulos extremos têm uma lógica de transporte urbano ("Tram"), com maior ocupação de passageiros por metro quadrado e portas amplas de folha dupla e abertura rápida, ao passo que o módulo intermédio oferece mais lugares sentados, numa base mais próxima do conceito suburbano ("Train") de curta/média distância.

Os equipamentos estão quase na totalidade instalados no tejadilho, permitindo um rebaixamento do piso traduzido numa maior facilidade de acesso e movimentação de passageiros no interior do veículo. Os módulos extremos são idênticos, com piso parcialmente rebaixado, à cota do cais de embarque, e duas portas por cada lado do módulo. Nos topos, estão instaladas as cabinas de condução. A circulação entre módulos, conseguida através de zonas amplas revestidas por foles, permite uma utilização geral do veículo, não confinando os clientes ao espaço de cada um dos módulos. Uma soleira em cada porta facilita o acesso dos clientes ao interior do veículo, diminuindo o espaço (gap) entre o cais e o veículo e adaptando a sua altura, eliminando qualquer degrau ou obstáculo à circulação das pessoas, nomeadamente clientes com mobilidade reduzida.

A energia usada na tracção eléctrica do Flexity é parcialmente recuperada durante a frenagem, funcionando os motores como geradores e aproveitando a energia cinética do veículo. Esta energia é devolvida à rede, podendo, assim, ser usada por outros veículos. Prevê-se que do total da energia consumida, 30% possa ser recuperada, com evidentes vantagens a nível económico e ambiental. Reforça-se, assim, a componente ecológica do sistema do Metro do Porto, já patente na circulação dos Eurotram e nas amplas áreas verdes criadas no âmbito da requalificação urbana associada à construção da rede.

Os vários tipos de freios, electrodinâmico, electrohidráulico e electromagnético, estão instalados em todos os bogies, optimizando a repartição da frenagem, melhorando as condições de segurança, conforto e performance.

Em termos de equipamentos e sistemas, o Flexity conta com os dispositivos tecnologicamente mais avançados – sistema de vídeo vigilância a bordo, câmaras de retro visão para visionar a entrada e saída de passageiros, bem como equipamento multimédia permitindo a difusão das emissões da Metro TV, com conteúdos de informação e de lazer -, garantindo o desenvolvimento das capacidades de informação aos clientes já disponibilizadas pelo Metro do Porto.


A OPERAÇÃO DOS FLEXITY NA REDE DO METRO
As 30 unidades Flexity vêm somar-se às 72 Eurotram já em circulação, elevando a frota do Metro do Porto para um total de 102 veículos. Facto que, desde logo, contribui para uma melhoria da qualidade global do serviço, em toda a rede e não apenas nas linhas em que os «tram-train» vão circular.

Para já, os Flexity vão funcionar apenas na Linha Vermelha (B). Prevê-se que ainda este ano todos os serviços Expresso desta Linha, entre a Póvoa de Varzim e a Trindade, sejam realizados por estes veículos. A partir de Janeiro de 2010, para além dos Expressos, também os serviços «normais» nesta linha passarão a ser feitos apenas com recurso aos Flexity. No futuro, os Flexity irão também ser utilizados na Linha Verde (C).

Numa primeira fase e para termos uma ideia do impacto da introdução dos Flexity na rede, o Metro do Porto vai passar a disponibilizar diariamente 23 mil lugares adicionais, face à actual oferta da rede, dos quais 9 mil são lugares sentados.

A entrada em funcionamento dos «tram-train» não provocará qualquer alteração nos horários das várias linhas. Vão continuar a existir, como até aqui, apenas diferentes horários de Inverno e de Verão.