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Notícias do Metro do Porto

Descarbonizar, descongestionar e desenvolver

10 Outubro 2022

Descarbonizar, descongestionar e desenvolver

Descarbonizar, descongestionar e desenvolver é o caminho que deve nortear a mobilidade urbana nos tempos actuais e futuros. Esta foi uma das ideias fortes deixadas por Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, num seminário promovido pela Universidade Portucalense, onde foi analisado precisamente “o Papel da Metro do Porto como Indutor da Mudança no Ecossistema de Transportes da Área Metropolitana do Porto”.


No entender de Tiago Braga, a estratégia em termos de transporte assenta numa série de factores que passam, desde logo, por uma alteração no que respeita “à utilização de veículos em que o peso do carbono é muito significativo para outros mais amigáveis em termos ambientais, como os eléctricos e os de hidrogénio”. Até porque, conforme o próprio salientou, “não é possível que Portugal atinja, em 2050, a neutralidade carbónica sem antes, já em 2030, ter reduzido 60% as emissões decorrentes do sector dos transportes”.


A acompanhar este objectivo, refere Tiago Braga, é necessária uma mudança que direccione as populações para o uso quotidiano dos transportes colectivos. Só assim, defende o presidente da Metro do Porto, será possível fazer face aos fenómenos de congestionamento que assolam os grandes centros urbanos e, em particular, o Grande Porto. “Em 1980 tínhamos, no nosso país, cerca de 185 veículos individuais por milhar de habitantes, em 2019 tínhamos 513,7”, explicou Tiago Braga, que deixou mais um dado elucidativo: “Hoje em dia, na Área Metropolitana do Porto, gastamos uma média de 70 minutos por dia em deslocações com o automóvel. Ou seja, no fim do ano, um cidadão perde mais tempo em deslocações diárias do que a desfrutar das férias”.


Para a resolução de todos estes problemas, o Metro do Porto assume um papel central e, por isso mesmo, o trabalho desenvolvido até aqui na criação da rede actual, bem como aquele que está a ser direccionado para a sua expansão, tem uma enorme relevância que se sobrepõe aos gastos despendidos: “Há um impacto em termos de comunidade que ultrapassa muito o investimento que tem sido feito”, afirmou o presidente da Metro do Porto.


Contudo, para a existência de um transporte público cada vez mais eficiente e atractivo, Tiago Braga não deixou de destacar a importância de uma abordagem que olhe para os diversos elementos do sector de uma forma complementar. “O Metro do Porto é fundamental para toda a arquitectura do sistema, mas não pode ser visto de um modo isolado porque não é mais nem menos importante do que os autocarros, por exemplo. Se queremos captar mais clientes, precisamos de uma rede maior e melhor que envolva todos os transportes. Ou seja, temos de estar todos num patamar de qualidade. É juntando todos os players deste ecossistema que melhoramos a nossa capacidade”.